Você sente que as pessoas na sua empresa estão mais estressadas ou com medo de adoecer? Também tem se sentido assim? Se sim, saiba que essa é uma situação comum.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, nós estamos vivendo uma pandemia da saúde mental. Não há como negar que esse assunto veio à tona nos últimos anos e continua extremamente importante dentro e fora do ambiente de trabalho.
Anualmente, 1 trilhão de reais é perdido por empresas do mundo todo com o número exorbitante de profissionais afastados, de acordo com a OMS, além do fato que o Brasil é o país mais ansioso do mundo. (referência)
Preocupante, né?
Porém, enquanto RH, pode ser que você tenha dúvidas de como preservar a saúde mental no trabalho, afinal, um dos papéis do setor é ajudar na promoção do bem-estar do time.
Pensando nisso, preparamos este artigo para te orientar sobre a importância de promover a saúde mental no ambiente corporativo, assim como abordar a responsabilidade que as empresas têm de cuidar dos colaboradores e a relevância de ter uma política de saúde desse tipo. Vamos lá?
- O que é saúde mental, afinal?
- Saúde mental no trabalho no Brasil
- Saúde mental e trabalho: qual é a relação?
- Benefícios de olhar para a saúde mental no trabalho
- Como a empresa pode ajudar a cuidar da saúde mental dos colaboradores?
- Os desafios da saúde mental no trabalho
- Checklist organizacional da saúde mental no trabalho
O que é saúde mental, afinal?
O conceito de saúde mental refere-se ao nível de qualidade emocional e cognitiva das pessoas. Porém, ainda que seja algo inerente ao ser humano, saúde mental é um assunto que recebe muito pouca atenção das pessoas e dos projetos de políticas sociais e públicas pelo mundo todo.
Tanto é que a Organização Mundial da Saúde (OMS) relata haver déficit global de investimentos em saúde mental.
Entre os motivos para essa grave falha mundial estão: insuficiência de recursos necessários — mesmo que haja um aumento na promoção do tema, os investimentos ainda não ineficientes —, falta de apoio por parte de liderança e governos e ligeiro aumento na força de trabalho em saúde mental.
Popularmente, também existe a crença de as pessoas pensarem que ter saúde mental significa não ter nenhum tipo de transtorno ou problema psicológico, mas isso é um engano. Até mesmo alguém saudável mentalmente pode desenvolver algum distúrbio temporário.
Diante de tantos obstáculos, vale jogar à luz sobre o problema e reforçar que uma pessoa com a mente saudável consegue:
- Lidar melhor com as outras pessoas, independentemente do tipo de relacionamento;
- Oferecer o máximo do seu potencial;
- Lidar com situações alheias ao que era esperado;
- Representar importantes funções na vida de outras pessoas e espaços que ocupa;
- Harmonizar desejos, ambições, ideias e emoções;
- Relacionar-se com consigo mesmo de forma mais leve e inteligente emocionalmente;
- Conhecer seus limites e os limites dos outros;
- Ter a mente mais positiva em meio às adversidades.
Não há dúvidas de que uma mente sã pode trazer inúmeros benefícios a todas as relações de um indivíduo, inclusive, promover o autoconhecimento, ingrediente fundamental para gerir emoções e buscar o desenvolvimento pessoal.
Porém, a realidade é que os transtornos mentais e comportamentais atingem mais de 700 milhões de pessoas no mundo. Aqui no Brasil, se já éramos o país mais ansioso, de acordo com a OMS, saiba que dados recentes mostram que mais de quatro em cada 10 brasileiros tiveram problemas de ansiedade a partir da vinda da covid-19.
Saúde mental no trabalho no Brasil
Se hoje nós estamos começando a falar sobre a saúde mental no trabalho, imagina como era há 50 anos atrás. Aliás, nessa época nem se considerava a saúde mental como algo que merecia atenção em qualquer âmbito da vida, né?
A reforma psiquiátrica brasileira, que inseriu o bem-estar psicológico no conceito de saúde integral, aconteceu a partir do finalzinho do século XX. As três conferências ocorreram em 1987, 1992 e 2001.
No ano da última conferência, há apenas 20 anos, foi instituída a Lei 10.216, que assegura os direitos das pessoas com transtornos mentais, ou seja, o acesso à serviços de saúde pública com tratamento humanizado, não-discriminatório e incluindo a internação quando o acompanhamento extra-hospitalar não for suficiente.
Já a legislação de Medicina e Segurança do Trabalho afirma que as empresas têm as seguintes obrigações:
- Oferecer um ambiente psicologicamente seguro;
- Monitorar os funcionários que apresentem sintomas de transtornos mentais;
- Evitar o acúmulo de funções sob um funcionário, que o deixará exausto ao mesmo tempo que respeita o horário de trabalho disposto na CLT e administra as horas extras;
- Garantir o afastamento, pelo INSS, dos funcionários que tiverem essa necessidade;
- Encaminhar para tratamento médico e psicológico quem precisar de acompanhamento especializado.
Ainda é importante lembrar que, segundo a nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11), a síndrome de Burnout agora é considerada doença ocupacional. E, pela legislação brasileira, é de exclusiva responsabilidade do empregador arcar com o pagamento do salário por 15 dias, além da manutenção do plano de saúde e das parcelas do FGTS.
Além disso, o funcionário que for diagnosticado com a síndrome também pode processar a empresa por danos morais e materiais.
Saúde mental e trabalho: qual é a relação?
A saúde mental no trabalho existe quando os profissionais sentem-se valorizados, conseguem receber feedbacks de maneira saudável, recebem um salário compatível com sua função, não são sobrecarregados com tarefas de outras pessoas, não passam por situações de constrangimento, etc.
O ambiente de trabalho em si é um ótimo local para promover a saúde mental, afinal, durante o trabalho exercitamos nossas habilidades sociais e relacionais, despertamos certas ambições e temos retorno financeiro.
Porém, não é segredo que o local de trabalho também pode ser a principal fonte de estresse para muitas pessoas.
Frequentemente, colaboradores acabam submersos em muitas demandas — o que causa uma jornada de trabalho exaustiva —, têm baixo controle sobre a tomada de decisões, são cobrados por resultados, têm relações mal resolvidas com líderes e colegas e sentem falta de equilíbrio entre esforço e recompensa.
Além disso, casos de assédio, intimidação, discriminação e competitividade excessiva são problemas comumente relatados nos espaços de trabalho, e geram um grande impacto na qualidade de vida das pessoas. Segundo uma pesquisa do Vagas.com, mais da metade dos brasileiros já sofreu assédio no trabalho.
E existe ainda a pressão exercida por si mesmo ou pela família.
Uma pesquisa conduzida ao longo de sete anos pela Universidade Nacional Australiana concluiu que ter um emprego estressante e frustrante é, na verdade, pior para a saúde mental das pessoas do que não ter trabalho nenhum.
Para as empresas também não existe nenhum benefício: segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho os transtornos mentais e emocionais já são a segunda maior causa de afastamento do trabalho.
De acordo com o mesmo estudo, nos últimos 10 anos aumentaram em 20 vezes as concessões de auxílio-doença relacionadas à saúde mental.
É por isso que, cada vez mais, incentivos à saúde mental precisam fazer parte da cultura corporativa das empresas, pois sua ausência está frequentemente associada aos seguintes fatores:
- Aumento da sinistralidade do plano de saúde e isso acontece porque pessoas doentes tendem a procurar mais pelos serviços de saúde, impactando os custos com o plano;
- Baixa performance e entrega de resultados;
- Elevação do turnover e do absenteísmo;
- Aumento do presenteísmo, que é quando o colaborador está de corpo presente na empresa, mas não consegue focar em suas atividades;
- Desequilíbrio do clima organizacional, pelo fato de haver mais desavenças internamente.
Frente a tantas desvantagens para empresas e colaboradores, é bem provável que você esteja se perguntando como ajudar o seu time e também manter a própria saúde mental no trabalho. Que tal conferir nossas sugestões a seguir?
Benefícios de olhar para saúde mental no trabalho
A boa notícia é que investir na saúde mental dos colaboradores não só evita muitos problemas, como os que já citamos, como ainda traz vários benefícios tanto para a empresa quanto para os funcionários.
Veja alguns deles:
Para a empresa
- Melhora do clima organizacional;
- Diminuição do turnover;
- Aumento da produtividade e engajamento;
- Evolução do employer branding;
- Entregas com maior qualidade;
- Retenção de talentos.
Para os colaboradores
- Mais equilíbrio entre a vida pessoal e profissional;
- Relacionamentos mais saudáveis com colegas e líderes;
- Maior sensação de pertencimento no trabalho;
- Aumento da segurança psicológica;
- Jornadas de trabalho justas;;
- Direitos assegurados.
Como a empresa pode ajudar a cuidar da saúde mental das pessoas colaboradoras?
Você já entendeu que a saúde mental causa forte impacto nos resultados, mas, ainda assim, muitas organizações acabam ficando para trás em relação à preocupação com a saúde mental dos colaboradores ou ainda, não sabem bem o que fazer para mudar esse cenário.
Embora seja ótimo que grande parte dos programas corporativos sejam centrados na saúde física por meio da prevenção e da oferta de benefícios, como planos médicos, odontológicos e descontos em academia, o corpo é apenas metade da equação.
O que as empresas precisam ter atenção é que a mente é, assim como o corpo, igualmente crucial para nosso bem-estar e para ter mais qualidade de vida. Isso, certamente, é refletido nas atividades quando algo não está legal.
Lives ou encontros presenciais com profissionais de psicologia
Nada melhor que buscar especialistas em saúde mental para ajudar os colaboradores, não é mesmo? O ideal para este tipo de atividade é estar a par do que anda acontecendo na empresa.
Assim, se muitos funcionários estiverem em quadros depressivos, faz mais sentido falar sobre este tema do que sobre questões de relacionamento interpessoal. Mesmo que haja uma relação, falar sobre o que mais está gerando angústia é o que fará a diferença.
Um modo mais impessoal de fazer isso é através de lives, mas em bate-papos (online ou presenciais) pode ser interessante pela possibilidade de participação ao vivo.
Psicoterapia como benefício corporativo
Terapia não é para todo mundo, mas é para qualquer um. Começar uma jornada de autoconhecimento requer coragem, não dá para negar. Mas, ao mesmo tempo, é uma ação de autocuidado necessária para a manutenção da saúde mental.
Os problemas, normalmente, não se resolvem sozinhos. E fazer o colaborador dar conta de questões que podem ser muito profundas só com eventos e encontros pontuais também é ferir o seu bem-estar psicológico.
Esse benefício é cada vez mais procurado pelos colaboradores e existem diversas empresas, como plataformas de terapia online, que podem te ajudar.
Programa de gerenciamento do estresse
Além de ser o país mais ansioso, estamos no segundo país mais estressado do mundo. E, segundo uma fala da presidente do International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), Ana Maria Rossi, na reportagem acima, a principal fonte de estresse está justamente no trabalho:
“Sem dúvida nenhuma, no Brasil, o principal fator desencadeador de estresse é o estresse ocupacional. O estresse profissional, que afeta 69% da população brasileira. As pessoas estão cada vez mais desmotivadas e insatisfeitas com seu trabalho.”
Mas como gerenciar o estresse no ambiente profissional? Uma opção interessante é fazer encontros uma ou duas vezes por semana para, literalmente, desestressar. São muito bem-vindos os exercícios de meditação ou mindfulness, técnicas de relaxamento e respiração, palestras com especialistas e até exercícios como yoga ou tai chi.
Incentivo a pausas
O tempo pelo qual o cérebro humano consegue ficar concentrado é de, em média, 30 minutos. Porém, um estudo da Microsoft mostrou que com a hiperconectividade gerada, especialmente, pelas redes sociais, agora nós temos um tempo de foco menor do que o de um peixinho dourado, que é de 9 segundos.
Tendo isso em mente, é claro que os colaboradores não conseguem ficar concentrados e produtivos durante horas. Portanto, cabe às empresas incentivar aquele cafézinho no meio da tarde, levantar para beber água ou ir ao banheiro, ou simplesmente parar para meditar.
Pausas são extremamente saudáveis para a saúde mental e física dos funcionários, assim como também são vantajosas para os resultados da empresa.
Blog com conteúdos sobre saúde mental
Uma ótima maneira de cuidar do bem-estar psicológico também é oferecer informação de qualidade sobre diversas questões relacionadas à saúde mental.
A maioria das pessoas ainda desconhece o funcionamento das suas próprias emoções e, muitas vezes, teve uma bagagem na vida pessoal que até influencia na tomada de más decisões. Ou seja, é muito grande o benefício que um canal como esse pode gerar!
Além de artigos - como este que você está lendo - também podem ser produzidos infográficos, testes psicológicos, entrevistas, e-books, entre outros conteúdos atrativos.
Grupo de apoio emocional
Infelizmente, muitas pessoas ainda têm preconceito com a psicoterapia e, por isso, mesmo que o benefício seja oferecido, elas podem não utilizá-lo. Mas e se fosse possível fazer um tipo de terapia em grupo?
É mais ou menos essa a ideia de um grupo de apoio emocional! Os colaboradores, em roda, podem conversar com um psicólogo sobre um tema específico. Esse tema pode estar relacionado ao ambiente de trabalho ou a questões comuns às suas vidas pessoais.
É uma iniciativa muito interessante, já que uma pessoa acaba se identificando com a fala de outra e todos acabam se ajudando.
Incentivo à manutenção da rede de apoio do colaborador
Ela pode ser a família, os amigos ou até mesmo uma turma de colegas do trabalho. A rede de apoio é formada por suas relações mais próximas, aquelas que vão te segurar num momento de fragilidade.
Esse pode ser o tema de uma palestra, por exemplo. Mas também é muito interessante que a própria empresa ofereça espaços para que uma rede de apoio seja formada no ambiente de trabalho. Afinal, é muito melhor trabalhar do lado de quem te apoia, né?
Isso acaba contribuindo até para o clima organizacional!
Você também pode instituir um dia em que a rede de apoio pessoal da pessoa colaboradora vá visitá-lo na empresa. Isso pode animar todos e fortalecer ainda mais os laços.
Canal de escuta
Pessoas mais tímidas e introvertidas podem ter dificuldades de participar de atividades em grupo, especialmente se for para expressar sua opinião ou relatar alguma situação.
Por isso, elas podem se beneficiar muito se existir um número para o qual elas possam ligar e conversar anonimamente sobre questões que elas estão enfrentando.
O anonimato é importante para que elas se sintam realmente à vontade para desabafar, mesmo se forem assuntos relacionados ao ambiente de trabalho. Desta forma, elas sabem que não há possibilidade de retaliação pelo chefe ou pelos colegas.
Exercícios de respiração
Será que você se lembrou de respirar durante sua jornada de trabalho hoje? E não tô falando dessa respiração mecânica apenas. A respiração é fundamental para a manutenção da consciência corporal e para o foco no presente.
Se a ansiedade é conhecida como excesso de futuro e a depressão, como excesso de passado, a respiração nos traz de volta para o presente equilibrando mente e corpo.
Existem diversos tipos de exercícios. Dos mais comuns aos pranayamas, muito utilizados no yoga. Oferecer materiais com dicas de respiração também pode ajudar os colaboradores a ficar em dia com a sua saúde mental.
Saiba ainda que as ações de promoção da saúde mental no trabalho não podem ser apenas pontuais, feitas de forma isolada ou só para cumprir os calendários de movimentos pela sociedade.
É necessário ir além de campanhas como Setembro Amarelo e pensar em atividades recorrentes, voltadas à promoção da saúde emocional do colaborador durante todo o ano. Se você precisa de sugestões nesse sentido, abaixo, listamos algumas ideias. Acompanhe!
Os desafios da saúde mental no trabalho
Além de promover todas essas atividades e parcerias citadas acima, também é muito importante encarar o problema da organização.
Infelizmente ainda é muito comum que os líderes tentem mascarar os pontos que precisam ser melhorados dentro do ambiente de trabalho ou, pior, fingir que eles não existem.
Saiba que essa atitude é exatamente o motivo pelo qual os líderes precisam de conscientização sobre esse tema. Assim, este já pode ser considerado um primeiro desafio, mas também precisamos falar sobre outros:
Manter um clima organizacional saudável
Construir uma boa relação com o trabalho passa por muitos âmbitos: a relação com colegas e líderes, a postura da empresa em relação aos próprios empregados, sua cultura organizacional e também a organização dos processos internos.
Por isso, infelizmente, ainda não podemos dizer que temos uma boa relação com o trabalho. Estamos construindo, mas ainda há muito para ser feito.
Uma pesquisa da BMJ Open mostrou, por exemplo, que o risco de depressão aumenta 300% num ambiente de trabalho tóxico. Aliás, é muito comum que exista uma relação direta entre o aumento de transtornos psicológicos e um ambiente de trabalho que oprime os trabalhadores.
Superar o estigma em relação ao tema
Não são poucas as pessoas que ainda consideram que os transtornos mentais são “loucura” ou, o seu oposto, “frescura”. Seja qual for a visão errônea sobre o assunto, ela só prejudica - e muito.
A questão é que essa visão não existe só nos líderes, mas também entre os próximos funcionários e, em alguns casos, até no RH.
Além disso também prejudicar o clima da empresa, dificulta o diagnóstico de quem está em sofrimento psicológico, podendo agravar o quadro já instalado e dificultando o seu tratamento.
Se isso acontece no seu ambiente de trabalho, é importante pensar que uma mudança estrutural precisa ser realizada.
Não sobrecarregar os funcionários
A sobrecarga de trabalho está diretamente ligada ao aumento do estresse e da exaustão. E o cenário atual é que 43% dos trabalhadores brasileiros estão sofrendo com esta sobrecarga, além de 31% também estar sofrendo pressões constantes segundo uma pesquisa da FGV.
Isso é muito comum em empresas que não escutam os colaboradores ou onde não existe uma cultura de feedback. As altas expectativas - muitas vezes superando os limites das capacidades humanas - combinadas com prazos muito apertados, ignorando qualquer tipo de imprevistos, são bastante frequentes.
E enquanto as empresas não melhorarem seus próprios processos, a tendência é que isso continue e as taxas de saúde mental no trabalho piorem. O que, como já foi dito, traz problemas caros para a própria empresa.
Ausência de normas claras
Uma organização que tem uma política clara sobre o respeito à saúde mental dos próprios funcionários pode ajudar a evitar um cenário insalubre para todos. Instituir normas e processos para averiguá-las é fundamental.
Não é uma ação cara, mas é uma ação muito importante para que seja possível distinguir comportamentos contrários aos valores da empresa, o que ajuda a acompanhar o status de saúde mental dos colaboradores.
Checklist organizacional da saúde mental no trabalho
Pensando em te ajudar a priorizar a saúde mental da sua equipe, preparamos uma lista de ações e atitudes que fazem parte da cultura de uma empresa que se preocupa com esse problema e com os riscos psicossociais que podem surgir nesse sentido.
Esses riscos, inclusive, podem ser tanto para a organização — com o desenvolvimento de políticas inadequadas de saúde e segurança, adotar uma linha de comunicação ruim, por exemplo — quanto para os colaboradores, que são os mais impactados nesse sentido.
Saiba como a sua empresa pode oferecer ainda mais suporte para manter (ou conquistar) um espaço de trabalho saudável:
Saúde mental e o bem-estar como ativos essenciais na organização
- Abordar o tema “saúde mental” no ambiente trabalho para influenciar positivamente as pessoas colaboradoras, inclusive, inserir o assunto como parte das ações de medicina preventiva;
- Preparar o setor ou destinar uma pessoa da equipe para priorizar esse pilar e que também possa oferecer algum tipo de suporte para o colaborador com ansiedade e depressão — desde uma conversa até um encaminhamento médico ou hospitalar;
- Comprometer-se a revisar a cultura organizacional e a forma de fazer negócios para garantir que ela seja a mais saudável possível;
- Oferecer ferramentas de promoção da saúde mental baseadas em evidências das reais necessidades dos funcionários, como atenção plena e exercícios, benefícios vantajosos, entre outros.
- Realizar pesquisas de clima organizacional a fim de escutar o que as pessoas colaboradoras têm a dizer para que se tenha dados sobre a realidade da saúde mental geral dentro do espaço de trabalho;
- Promover um ambiente de segurança psicológica, no qual todos os funcionários sintam-se acolhidos para procurarem o RH sempre que necessário.
Desenvolvimento ativo de lideranças, diretorias e gerência empática e compassiva
- Oferecer treinamentos e instruções para gestores aprenderem a lidar com diferentes perfis no time;
- Orientar para que os líderes deem atenção e suporte aos colaboradores sobrecarregados e que evitem essa situação na equipe;
- Enfatizar a necessidade de conhecimento sobre distúrbios mentais e instruir como lidar em situações que demandem atenção e cuidado nesse sentido;
- Reconhecer que colaboradores e líderes que têm vivência, conhecimento ou experiência em saúde mental — ou ainda que convivem com esses distúrbios — são valiosos para a cultura da empresa;
- Estimular feedbacks que corrijam falhas ao mesmo tempo em que estimulam a autoconfiança e melhorem o desempenho.
Processos para identificar e resolver casos de má conduta como assédio e discriminação
- Manter um código de conduta aberto e orientado a não aceitar nenhum tipo de discriminação entre os colaboradores;
- Promover uma cultura de aceitação das pessoas e da diversidade no ambiente de trabalho;
- Oferecer um canal de denúncia ou um canal de escuta, como a SafeSpace, para que as pessoas tenham um espaço seguro para relatar seus problemas;
- Encorajar a denúncia de discriminação, assédio, fraude e outros maus comportamentos na empresa.
Diversidade humana e a inclusão de todas as experiências
- Ter um posicionamento definido e estruturado para promoção de representatividade dentro do espaço de trabalho;
- Apoiar causas sociais de alívio à pobreza e outras condições limitantes a grupos de pessoas que já foram sistematicamente excluídos;
- Ter estratégias para garantir processos de contratação sem vieses inconscientes e que olhem para a representatividade;
- Garantir que a pirâmide de hierarquia da empresa seja representativa, com pessoas de todos os grupos sociais participando ativamente de tomada de decisões.
Ativos tangíveis para a melhora da saúde das pessoas colaboradoras
- Ofertar benefícios focados na saúde da pessoa colaboradora como acesso a plano de saúde, plano odontológico, terapias, desconto em academias, entre outros;
- Disponibilizar materiais básicos necessários para a boa realização das atividades, como celular, caso a pessoa utilize o Whatsapp em suas funções, notebook com bom funcionamento, cadeira, mesa, acesso a internet de qualidade e questões relativas à boa ergonomia do funcionário;
- Desenvolver as habilidades das pessoas colaboradoras por meio de cursos, treinamentos e capacitações;
- Indicar uma pessoa ou setor responsável para acolher e conversar com os colaboradores em momentos de necessidade.
Mais do que nunca a saúde mental do seu time precisa de atenção
O Brasil é o segundo país no mundo com mais casos de Burnout. Estamos vivendo uma série de mudanças que aceleraram nossa vida e não contribuem para o bem-estar.
Segundo a diretora jurídica da ABRH-SP, Veridiana Moreira Police:
“Sem dúvida são novos tempos, com tecnologias avançando em um ritmo frenético, em que tudo é instantâneo e traz consigo um aumento exponencial de micro decisões que temos que tomar por minuto. Tudo isso gera cansaço e desgaste, um esgotamento mental e físico que pode gerar efeitos deletérios na vida do trabalhador. Como dizem, podemos disputar uma maratona, mas não podemos viver em uma. Pausar é preciso.”
É fundamental que a empresa se responsabilize por colocar um freio em comportamentos e tendências que prejudicam a saúde mental dos trabalhadores.
E, às vezes, mesmo algo tão simples como uma mensagem gentil ou uma ligação para checar como a pessoa está pode demonstrar que a empresa tem cuidado e atenção ao time. Mas tenha em mente que o apoio à saúde mental não deve terminar aí.
Cuidar da saúde mental nem sempre é fácil, e por isso que as pessoas não deveriam suportar todo o peso sozinhas. Enxergue o potencial que sua organização tem em promover uma mudança positiva na evolução coletiva em termos de saúde mental da equipe.
Nesse sentido, saiba que, além do checklist acima, também é possível pensar em alternativas práticas para ajudar na promoção da saúde mental e bem-estar dos colaboradores. Já ouviu falar em remote first?
Remote first é um modelo de trabalho em que a empresa oferece o trabalho remoto como primeira opção aos funcionários. Há quem considere essa uma evolução do trabalho remoto, pois, este, muitas vezes é executado com alternativa à necessidade do trabalho presencial - que é o modelo que os profissionais, em geral, menos gostam.
A proposta do remote first é ir além: a empresa dá preferência à execução das tarefas à distância, por isso o termo “remoto primeiro”. Sendo assim, não há previsão para que o time volte à sede, pois o objetivo é que as tarefas sejam executadas fora da organização.
E por que essa é uma tendência? Porque já foi provado que as pessoas têm preferido o trabalho remoto, ou ainda o formato híbrido, em relação ao modelo de trabalho presencial. Entre os motivos estão a facilidade de flexibilização com as atividades pessoais e o fato de não precisar pegar trânsito todos os dias.
Gostou da ideia de adotar o remote first como primeira opção de modelo de trabalho na sua empresa? Saiba que essa é uma boa estratégia para promover e cuidar da saúde mental no trabalho.
Se a saúde mental do seu time é uma preocupação para a sua empresa, saiba que você pode contar com a Pipo Saúde, pois oferecer serviços que beneficiem a saúde dos colaboradores é a nossa missão.
Muito mais que uma corretora, somos gestores de benefícios em saúde, pois sabemos o valor que o bem-estar tem para a qualidade de vida das pessoas e como isso é refletido em vantagens no trabalho.
Pensando nisso, montamos um e-book com as principais informações e dicas práticas para lidar com a saúde mental do time na sua empresa. Aproveite para baixar e aprofundar seus conhecimentos!
