Como e por que aplicar um questionário de saúde mental no trabalho?

Por

Thiago Liguori

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Thiago Liguori

Publicado em

31/5/22

A saúde mental no trabalho tem sido um fator de preocupação cada vez maior para as empresas, algo que foi impulsionado fortemente pela pandemia. Porém, mesmo antes do período de isolamento social o contexto geral já demandava bastante atenção. 

Atualmente, 45% dos trabalhadores relatam que a ansiedade e depressão estão afetando sua vida profissional. Isso significa um aumento de 25% em dois anos. 

Esses dados mostram como é essencial desenvolver programas de saúde específicos já que a falta de saúde mental atrapalha os funcionários tanto na vida pessoal quanto no ambiente de trabalho. 

Uma ferramenta bastante útil para verificar como está a saúde mental dos funcionários é aplicar um questionário como o que preparamos neste post. 

Com ele, você consegue também ter insights valiosos sobre as principais questões que estão afetando a equipe, qual a intensidade delas e o que a empresa pode fazer para melhorar este cenário. 

10 perguntas para se aplicar no questionário de saúde mental no trabalho

  1. Como você julga que está sua saúde mental no momento?
  1. Você tem se sentido muito nervoso, ansioso ou depressivo ultimamente? Dê uma nota de 0 a 10 para cada um. 
  1. Baseado nas respostas da pergunta anterior, há quanto tempo você tem se sentido assim?
  1. Você consegue identificar algum motivo que esteja causando essa situação? Caso se sinta à vontade, saiba que você tem liberdade para falar sobre isso neste espaço. 
  1. Você acha que seu estado de saúde mental tem atrapalhado seu desempenho no trabalho? Ou tem impactado negativamente suas relações?
  1. Você faz ou já fez terapia?
  1. Você toma ou já tomou algum medicamento psiquiátrico?
  1. Você tem conseguido dormir bem, descansar e ter momentos de lazer fora do ambiente de trabalho?
  1. O que você acha que a empresa poderia fazer no sentido de cuidar da saúde mental dos funcionários?
  1. Existe alguma situação específica no trabalho que tem prejudicado sua saúde mental?

Cuidados ao aplicar o questionário

As principais considerações em relação ao questionário é que ele deve ser anônimo e necessariamente contar com uma cláusula de confidencialidade. Essas medidas são imprescindíveis já que constam na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)

Assim, você também garante que as respostas dadas pelos funcionários estejam pelo menos próximas da realidade, pois eles podem se sentir pouco à vontade em se abrir com outros funcionários da empresa.

Nesse sentido, é muito importante que o questionário seja aplicado por uma psicóloga ou que ela ajude pelo menos na análise das respostas. 

Além disso, é importante já ter um objetivo pré-estabelecido segundo o qual as informações serão analisadas. Assim fica mais fácil pensar em ações ou programas de melhoria da saúde mental. 

Um questionário que conte com elementos visuais e linguagem acolhedora também são mais indicados nesse caso. 

Compilando os dados

Perguntas sobre dados pessoais podem ser inseridas no começo do questionário para que a análise seja mais aprofundada:

  • gênero
  • raça
  • orientação sexual/identidade de gênero
  • doenças crônicas ou deficiências
  • estado civil
  • renda per capita
  • cargo e/ou departamento na empresa
  • número de filhos/dependentes
  • e outras informações que forem importantes

Tudo isso permite que você faça um cruzamento entre os dados pessoais e as condições de saúde mental para verificar a existência de padrões.

A intenção é que você consiga segmentar os funcionários em grupos e desenvolver ações mais direcionadas para os principais problemas que seus funcionários têm tido que lidar — o que torna as ações muito mais eficazes. 

Motivos para aplicar

Como falamos no início deste texto, a saúde mental no trabalho tem mobilizado cada vez mais empresas. O absenteísmo aumentou 26% durante a pandemia no Brasil e, por esse motivo, 33% das organizações decidiram investir mais em programas de conscientização e prevenção

Segundo um levantamento da Willis Towe Watson, o estresse é a maior causa de afastamentos (83%), mas logo atrás dele vem a depressão e/ou ansiedade (82%) e com uma intensidade um pouco menor, o sedentarismo (69%). 

Ao mesmo tempo, 60% dos empregados consideram que a fonte do seu adoecimento mental é o ambiente de trabalho. Isso significa que não adianta desenvolver ações e programas de saúde sem tomar os devidos cuidados para que o clima organizacional seja bom. 

E para que os funcionários estejam num clima saudável é importante evitar sobrecarga, pressão exagerada por agilidade e resultados, além de não lidar com as consequências do isolamento social. 

Ao mesmo tempo, utilizar o questionário de saúde mental no trabalho como o início do desenvolvimento de programas de bem-estar também é um grande auxílio para fazer contratações mais acertadas e reter talentos. 

Segundo um relatório da SHRM, 42% das pessoas consideram programas de bem-estar algo importante para aceitar uma vaga. Já de acordo com uma pesquisa divulgada na HR Dive, 61% dos candidatos disseram aceitar um salário mais baixo se a empresa oferecer bons benefícios.

Risco ao negligenciar

Segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAN), o adoecimento mental já afeta 1 bilhão de pessoas nas Américas. 

Negligenciar a saúde mental no trabalho envolve aumentar o absenteísmo e faltas, gerando queda na produtividade em geral. Inclusive, o terceiro motivo de afastamentos no INSS nos últimos dez anos foi a depressão.

Funcionários se ausentam principalmente por motivos de saúde, o que significa que a empresa tem que lidar com os custos da queda de produtividade, além de muitas vezes precisar contratar outra pessoa e ainda arcar com uma despesa maior desses funcionários que utilizarão o plano de saúde com mais frequência. 

Esses fatores, segundo pesquisas realizadas em vários países, são muito mais onerosos do que o investimento em programas para auxiliar os funcionários no cuidado do seu bem-estar emocional. De acordo com a Delloite inglesa, para cada R$1 gasto neste tipo de programa, R$5 retornam para a empresa. 

Também é muito pouco provável que funcionários estressados, ansiosos ou depressivos tenham um grande engajamento no trabalho. Assim, o presenteísmo pode ter um custo menor do que o absenteísmo, mas é um fator bastante prejudicial a longo prazo. 

Contando com apoio

Com todas essas informações, você já entendeu quais são os benefícios — para a empresa e para os funcionários — do investimento no questionário em saúde mental no trabalho. 

Ele serve como um termômetro da saúde mental dos funcionários e oferece valiosos insights para a realização de programas de saúde eficazes. Tudo isso de maneira relativamente rápida e com pouquíssimos custos. 

Inclusive, para evitar fazer duas vezes o trabalho talvez valha a pena inserir essas perguntas sobre saúde mental num outro questionário sobre saúde em geral. Afinal de contas, ambas estão muito relacionadas. 

Se a terceira causa de afastamento é a depressão, a primeira e a segunda são dor nas costas e LER - dores crônicas que também podem ser desencadear estresse. 

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