Metodologia DISC: o que é e por que o RH precisa conhecer?

Por

Aline Oliveira

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Publicado em

23/6/21

Se você trabalha com desenvolvimento de pessoas, é bem provável que já tenha ouvido falar na metodologia DISC, pois ela é muito utilizada para embasar estudos referentes ao comportamento humano, área que norteia todos os processos de RH.

Mas, apesar de já ter ouvido falar, pode ser que você ainda desconheça a origem dessa teoria, certo? Ou não saiba, exatamente, quais aplicações e benefícios ela pode trazer para a sua empresa, a partir da melhor compreensão do comportamento de cada colaborador. 

Saiba que a metodologia é muito útil nas empresas e deve ser amplamente conhecida por profissionais que trabalham com o desenvolvimento de pessoas.

Por isso, neste artigo você vai aprender os principais conceitos de DISC, como aplicar e identificar em quais áreas a teoria se torna indispensável.

Neste conteúdo, você encontra:

O que é a metodologia DISC?

DISC é uma metodologia que teve origem na década de XX a partir da publicação dos conhecimentos do psicólogo e pesquisador William Marston no livro “As emoções das pessoas normais”. 

A partir dos seus estudos sobre o comportamento humano, Marston classificou a população, de maneira geral, em quatro tipos predominantes e eles deram origem à metodologia, que significa: 

  • Dominance (Dominância);
  • Influence (Influência);
  • Steadiness (Estabilidade);
  • Conscientiousness (Cautela ou Conscienciosidade).

A premissa da teoria é entender que cada indivíduo tem um perfil comportamental diferente — apesar de ser possível compartilhar de algumas características de outros perfis. E com isso, podem se adequar melhor às atividades que mais têm a ver com seu perfil e ter sucesso nos relacionamentos e no desenvolvimento profissional.

Saiba que entre os principais objetivos do estudo estão o auxílio no autoconhecimento, a contribuição para o processo de desenvolvimento de pessoas e em facilitar a gestão de pessoas nas empresas. 

Hoje, a teoria DISC é uma das principais metodologias utilizadas em todo o mundo para análise de perfil comportamental. E, ao contrário do que muitas pessoas pensam, DISC não é uma ferramenta específica de análise comportamental e sim, um método que embasa diversos testes, técnicas e ferramentas elaborados com essa finalidade.

Perfis comportamentais da teoria DISC

Vamos, finalmente, classificar os perfis que apresentamos anteriormente e que compõem a famosa metodologia. Vale destacar que uma pessoa não conta somente com as características de um único perfil, ela também pode reunir elementos de outros perfis.

Isso quer dizer que, assim como tudo no comportamento humano, não existe uma regra, e sim, as predominâncias em cada perfil e elas podem ser mais marcantes nos indivíduos. Você pode ter, por exemplo, traços mais acentuados em um determinado grupo e alguns traços, mais sutis, em outros. 

A classificação de Marston foi aperfeiçoada para a realidade de hoje e, a partir dos seus ensinamentos, atualmente temos quatro perfis. Veja:

1. Executor

O executor é aquele indivíduo muito voltado para a ação, gosta de estar sempre em movimento e realizar mais e de forma rápida. É aquele colaborador que gosta de ver, na prática, os resultados do que está sendo feito. 

Esse perfil tem como característica marcante a proatividade, o desejo por desafios, gosta de assumir riscos e ter autonomia nas tarefas pelas quais é responsável. Utilizando a classificação de Marston, o executor tem fortes traços de “dominância”.

2. Comunicador

O profissional comunicador é aquele voltado para a conexão com as pessoas e prioriza mais as pessoas do que os processos em si. Gosta de liderar equipes, estar no centro das atenções e tem a persuasão e o fácil relacionamento como pontos positivos. São indivíduos “influentes”, de acordo com a teoria.

3. Planejador

Já as pessoas planejadoras estão inseridas no perfil da “estabilidade” proposta pelo psicólogo. São profissionais que precisam de equilíbrio e de planejar cada ação antes de executá-las. Porém, apesar de ótimos estrategistas, também gostam de se relacionar e trabalham em harmonia com o restante do grupo.

4. Analista 

Por fim, temos o perfil analista, que são aquelas pessoas que apreciam tarefas muito bem-feitas, minuciosamente elaboradas e com muita qualidade. São indivíduos que têm ótima capacidade de concentração e são mais voltados para os processos e menos para as pessoas.

Profissionais com esse perfil são bons em fazer análise de riscos, por exemplo, pois têm a cautela e a avaliação dos detalhes como características predominantes. 

Benefícios da aplicação da metodologia DISC

A aplicação da metodologia DISC no dia a dia do RH é muito útil e muito rica, pois, quando bem compreendida e bem-feita, apresenta dados que elevarão o potencial das atividades de desenvolvimento e gestão de pessoas. 

Entre as vantagens que ela traz para o setor de Recursos Humanos destacamos:

  • auxilia no conhecimento aprofundado dos perfis dos colaboradores da empresa e como lidar com eles;
  • ajuda os gestores a incentivarem o autoconhecimento entre os profissionais e isso contribui para a saúde mental de cada um;
  • melhora a distribuição das tarefas, de acordo com o perfil comportamental de cada funcionário;
  • facilita o processo de recrutamento e seleção, a partir da identificação do perfil ideal para cada cargo;
  • auxilia nas ações para promover o melhor clima organizacional;
  • contribui para as atividades de desenvolvimento de lideranças na empresa;
  • oferece bases para a aplicar a avaliação de desempenho entre os times.

Mapeamento de perfil DISC: como funciona?

Para aplicar a metodologia no dia a dia da empresa, é preciso mapear os perfis dos colaboradores e entender quais são os principais da sua organização e como geri-los. Para isso, algumas sugestões são:

  • aplicar testes de fit cultural ainda nas primeiras etapas do processos seletivo;
  • realizar testes de perfil comportamental;
  • investir na avaliação de desempenho de tempos em tempos;
  • realizar avaliações de satisfação interna.

Como aplicar a metodologia na empresa

Não basta entender o conceito, é preciso partir para a prática e aproveitar todos os benefícios que essa teoria tão importante pode oferecer à empresa, em todos os aspectos, certo? São muitas as aplicações e abaixo, apresentamos algumas sugestões para dar os primeiros passos. Acompanhe!

Nos processos de recrutamento e seleção

Um dos principais usos da metodologia é nos processos de recrutamento e seleção, e você sabe o porquê? Porque a teoria DISC oferece uma série de informações sobre o candidato, ainda na fase da triagem de currículos ou nas primeiras etapas, e isso garante muito mais agilidade e efetividade ao processo.

Se utilizada da forma certa, o candidato consegue responder, sem precisar ir até a empresa, aos questionários que têm por objetivo entender pontos-chave do seu perfil. Assim, tanto o RH quanto o profissional economizam tempo e recursos durante o processo.

Nos treinamentos

Ao entender o perfil comportamental de cada um, os gestores de RH conseguem elaborar treinamentos mais direcionados às necessidades do colaborador, pois a metodologia apontará seus pontos de melhoria.

Exemplo disso é quando o profissional tem ótimo senso de liderança, mas precisa se desenvolver melhor em relação a colocar os processos em prática e agir, efetivamente, em busca dos resultados que precisa alcançar. Assim, os testes e treinamentos serão elaborados de forma individualizada.

Nos feedbacks 

Outra vantagem ao conhecer os pilares da metodologia em questão é, ao identificar os perfis comportamentais, saber qual a melhor abordagem na hora de falar com cada colaborador ao oferecer feedback.

Com alguns funcionários, o gestor poderá ser mais direto; já com outros, deverá ter um pouco mais de cuidado para abordar assuntos delicados, chamar atenção ou indicar pontos de melhoria. Por isso, a teoria é uma ótima aliada para tratar as pessoas de forma mais humanizada e preservar o bom clima organizacional.

Porém, entenda que a aplicação da metodologia DISC não para por aí. Ela ajuda em diversas outras questões como aproveitar melhor os dados da performance de cada funcionário, a gerir melhor os conflitos internos, realizar ações de People Analytics e muito mais. 

O ponto aqui é entender quem são seus colaboradores e como geri-los por meio dos diferentes traços comportamentais. Com isso, não só a empresa ganha em produtividade e engajamento, mas também os colaboradores, que trabalham mais felizes, dispostos, pois se sentem mais valorizados pela organização.

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