Inteligência emocional nas empresas: qual o papel do RH?

Por

Andresa Araújo

Por

Publicado em

26/10/21

Um dos pontos centrais das relações de trabalho, hoje e em um futuro próximo, é a inteligência emocional (IE). Não é à toa que ela já está sendo incentivada até mesmo nas escolas.

Mas você sabia que existem camadas de desenvolvimento dessa soft skill? E que o RH pode ajudar os colaboradores a desenvolvê-la? Fique com a gente e leia o texto até o final para saber mais!

Neste conteúdo você vai encontrar:

O que é inteligência emocional?

Chamamos de inteligência emocional o conjunto de habilidades de perceber, controlar e avaliar as nossas emoções. Esse conceito é bastante explorado na Psicologia e pode ser desmembrado em quatro níveis:

  • percepção emocional: é a camada mais básica, que inclui a compreensão das emoções por meio de sinais não-verbais, como a linguagem corporal e as expressões faciais;
  • raciocínio emocional: uso das emoções para promover o pensamento e a cognição;
  • compreensão das emoções: é o nível em que a pessoa entende o que pode estar levando a uma emoção. Por exemplo, eis que um líder expressa a raiva. Pode ser que seja por insatisfação com algo do trabalho ou por um motivo pessoal, como uma multa no trânsito;
  • gerenciamento das emoções: é a habilidade de controlar as emoções de acordo com os momentos, para que possamos nos comportar de forma apropriada, mantendo os relacionamentos equilibrados.

Por que é importante se preocupar com inteligência emocional no ambiente corporativo?

Imagine um mundo onde ninguém entende o que sente e, muito menos, o que o outro sente. 

Seria uma deficiência no nível mais básico da inteligência emocional, lembra? Você provavelmente imaginou uma vida caótica, se fosse assim.

Quando não se conhece os próprios sentimentos, as grandes decisões da vida, pessoais ou profissionais, ficam comprometidas.

E no ambiente corporativo?

Reflita novamente: o que parece mais fácil de ensinar a um colaborador, um método novo de trabalho em determinado setor ou a habilidade de manter a calma em situações de pressão?

Tecnologias e habilidades técnicas podem ser repassadas por treinamentos, mas os componentes da inteligência emocional, dificilmente. Suas definições podem ser assimiladas, mas na hora de colocá-las em prática, é outra história. 

Uma pesquisa feita pela Robert Half com a The School of Life, em 2021, com 296 líderes, corrobora essa reflexão. Pouco mais da metade dos entrevistados, 55,74%, responderam que valorizam mais o comportamento do candidato durante a contratação. Os outros 43,58% disseram se importar mais com o conhecimento e a experiência do profissional.

Além disso, acredita-se que a inteligência emocional será a base das competências do profissional do futuro

Fazer cálculos matemáticos, dominar o português e outros conhecimentos básicos faziam sentido na era em que a informação era escassa. Hoje, e nos próximos anos, os algoritmos devem dar conta disso tudo. 

Por isso, segundo o The Future of Jobs Report 2020, do Fórum Econômico Mundial, as habilidades de alta demanda de 2020 a 2025 serão o pensamento crítico, a resiliência, a tolerância ao estresse, a colaboração etc. Ou seja, capacidades profissionais intimamente relacionadas à IE.

Qual o papel do RH?

Uma vez que o RH é o setor que, normalmente, mais lida com os colaboradores, ele também é o que tem o maior potencial de ajudar a desenvolver a inteligência emocional das equipes. 

As tendências tecnológicas na gestão de pessoas são de grande ajuda, mas, no fim das contas, o indivíduo é o desfecho final. O objetivo é o seu bem-estar e como, coletivamente, ele contribui para um bom clima organizacional.

Benefícios da inteligência emocional para as empresas

Veja, a seguir, as vantagens de trabalhar a inteligência emocional na sua organização.

Ambiente menos estressante

Pessoas emocionalmente maduras e inteligentes costumam controlar melhor o estresse quando algo de ruim acontece — o que é inevitável, por mais ‘perfeito’ seja um ambiente de trabalho.

Além disso, o estresse e a ansiedade fazem parte de um conjunto de alterações envolvidas com o bem estar mental e doenças ocupacionais. Ao trabalhar a IE, você também pode prevenir esses problemas de saúde.

Relacionamentos interpessoais saudáveis e sólidos

Uma empresa formada, em sua maioria, por pessoas com maior inteligência emocional pode se diferenciar bastante da que não é, pela menor ocorrência de conflitos e crises. 

Além dessa harmonia, quando os colaboradores reconhecem os sentimentos uns dos outros, os laços e o networking tendem a se solidificar — o que também contribui para o desenvolvimento profissional deles.

Comunicação mais transparente

Falhas de comunicação são passíveis de acontecer o tempo todo, mas se as pessoas praticam e fortalecem suas habilidades de gerenciar as emoções, elas podem diminuir. 

Afinal, colaboradores emocionalmente inteligentes geralmente sabem que pensamentos não podem ser adivinhados, mas expressos e interpretados. Sendo assim, além da convivência, uma organização com uma boa comunicação interna tem todos os seus processos aperfeiçoados. 

Responsabilidade social

Você já ouviu falar da sigla ESG? Significa Environmental, Social and Corporate Governance (ambiente, social e governança empresarial) e são critérios presentes em empresas atraentes a investidores socialmente conscientes.

A responsabilidade social inclui os aspectos dos relacionamentos da organização com os seus fornecedores, clientes, comunidade e — sobretudo — colaboradores. Conheça algumas ações que contribuem para melhorar o Social, do indicador ESG:

  • diversidade e inclusão;
  • saúde mental e boas condições no ambiente de trabalho; 
  • auxílio na resolução de conflitos;
  • observação das questões trabalhistas.

Ou seja, a inteligência emocional faz parte disso, ajudando a evitar conflitos e a zelar pela estabilidade emocional dos colaboradores.

Como dar os primeiros passos para desenvolver inteligência emocional na sua empresa?

Agora que você entendeu o significado e o que a inteligência emocional pode fazer pelos seus times, saiba que ações você já pode pensar em pôr em prática.

Mostre a importância da inteligência emocional 

Da mesma forma que você assimilou o quanto a IE é essencial para a vida e para a carreira, é interessante que os seus colaboradores também saibam e sintam isso.

Organize palestras e treinamentos que trabalhem o tema, principalmente de forma aplicada ao contexto da empresa.

Por exemplo, se a sua organização é do setor da Tecnologia, aborde os efeitos da inteligência emocional nesse mercado, como ela é necessária nesse meio acelerado e inovador.

Avalie a IE dos colaboradores

Agora que os profissionais veem sentido nessa pauta, aplique questionários e faça entrevistas, para saber como se encontra a inteligência emocional deles.

Você pode utilizar, por exemplo, o teste MSCEIT (Mayer-Salovey-Caruso Emotional Intellligence Test), que avalia os 4 níveis da inteligência emocional e já foi validado pelo Conselho Federal de Psicologia.

Considere as soft skills nos processos de seleção

As soft skills são, justamente, as características relacionadas à inteligência emocional. É aconselhável admitir novos colaboradores que já dão importância a essas habilidades. Mas como saber que o candidato tem interesse em desenvolver seu lado emocional? 

Você pode fazer perguntas como estas durante a seleção:

  • se você fosse dono de uma empresa, quais seriam os valores inegociáveis dela?
  • você conseguiria me ensinar algo neste momento?
  • compartilhe alguma experiência profissional anterior em que você presenciou alguma negociação ou conflito na empresa.

Explore as ações de saúde emocional

Assim como qualquer outra habilidade, a inteligência emocional também pode ser treinada. Tente desenvolvê-la com ações de saúde, dinâmicas e campanhas divertidas.

Você pode organizar eventos como “Semana da Gratidão” e, além de contribuir com a saúde emocional dos participantes, é possível colher vários insights e saber como anda as soft skills das equipes.

Entre todos os elementos alvos dos gestores de RH de uma empresa, a inteligência emocional também pode se tornar uma prioridade. Investir na IE é melhorar o dia a dia dos colaboradores e tornar a organização mais atraente, tanto para novos talentos, quanto para investidores.

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