O que fazer se seus funcionários continuam recebendo ofertas para sair da empresa?

Por

Marcela Ziliotto

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Marcela Ziliotto

Publicado em

16/8/22

O mercado de trabalho em 2022 está muito diferente da grande expansão dos últimos anos. O desafio atual para as equipes de RH é a retenção de talentos diante de um mercado competitivo, instável e da mudança de mentalidade dos funcionários que trabalharam em home office durante os dois anos em isolamento. 

Os principais motivos de tantas mudanças estão relacionados à cultura organizacional das empresas e, nesse sentido, a recusa em manter o home office ou flexibilizar o regime de trabalho. 

Além disso, ondas de demissões em massa têm marcado o período pós-pandemia e já chegaram ao Brasil. Elas foram geradas pela diminuição dos investimentos diante do aumento da inflação e dos impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia e provocaram uma instabilidade maior na saúde financeira dos funcionários

Isso tudo significa que eles buscam oportunidades com mais estabilidade, o que é ruim para startups, por exemplo. Mas, para diminuir as chances de que isso aconteça na sua empresa, é importante agir antecipadamente. 

Neste artigo, vamos mostrar o que você pode fazer para que os funcionários da sua empresa queiram continuar onde estão!

Como lutar contra os pedidos de demissão

Uma taxa de turnover alto tem várias consequências negativas - da queda de produtividade a despesas financeiras e perda na gestão do conhecimento. Por isso, planejar ações que diminuam essa taxa é muito importante. 

Afinal de contas, se você esperar até ficar sabendo que seus melhores talentos estão saindo da empresa, é muito mais provável que você os perca antes de conseguir mostrar porque eles devem ficar. 

Atualmente, o motivo mais comum pelo qual funcionários pedem demissão é a ausência de reconhecimento (27%), segundo a pesquisa FIA Employee Experiece. Logo em seguida estão “falta de ética na empresa”, com 26%, e “falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional”, com 19%. 

Perceba que, ao contrário do que muitos pensam, o principal motivo não é a desigualdade salarial nem a ausência de benefícios. Apesar destes serem muito importantes, as pessoas têm tomado a decisão de mudar muito mais pautadas nos valores da empresa e na coerência da cultura organizacional.

Diante deste cenário, o mais indicado é que os programas reflitam os motivos pelos quais os funcionários querem sair. 

Invista em treinamentos

Existem muitas formas de mostrar para o funcionário que você valoriza seu trabalho e o apoia integralmente. Uma delas é investindo em treinamentos. Essa ação é realizada para que seja possível continuar aprimorando suas habilidades e, além disso, mostra que a empresa está genuinamente interessada em ver cada um crescer. 

A ideia aqui é que líderes e colaboradores estreitem o seu relacionamento. Assim, eles não são apenas pessoas que trabalham no mesmo local, mas são realmente pessoas com objetivos em comum. Ou seja, estamos falando da criação de uma ética amorosa no trabalho - como diz a escritora e filósofa bell hooks. 

Isso estimula a sensação de pertencimento de cada funcionário na empresa e ainda favorece um maior engajamento no trabalho

Segundo o Panorama de Treinamentos do Brasil, no entanto, os investimentos vêm caindo ano a ano. A média de investimento nas empresas de até 1.000 funcionários foi de R$628.623 em 2019. Ou seja, R$628 por pessoa. Deste valor, 50% é designado para as lideranças e os outros 50%, para os não líderes.

E as principais formas de treinamento e desenvolvimento de pessoas foram com:

  • Atividades terceirizadas
  • Despesas internas
  • Cursos curriculares

Com todos esses pontos positivos, sem dúvida o seu funcionário vai colocar esse esforço na lista de “pontos positivos” da empresa. 

Reconheça as fraquezas, mas ressalte os pontos fortes da empresa

Não adianta tentar esconder os erros que estão sendo percebidos todos os dias pelos funcionários. É muito mais íntegro reconhecer que nem tudo vai bem e, principalmente, enfatizar as qualidades da empresa

Isso porque sempre que uma pessoa considera pedir demissão e procurar outras oportunidades ela vai colocar tudo na balança. Assim, a transparência é uma das posturas capaz de mudar para melhor a relação entre funcionários e empresa.

Seria muito mais confortável para qualquer um continuar no lugar em que está, mas se há essa vontade em sair, a pior coisa que você pode fazer é não fazer nada. Isso passa a impressão de que você não se preocupa com quem entra ou quem sai. Ao contrário, estabelecer uma conversa honesta com todos pode mudar a imagem interna atual. 

Salários e benefícios competitivos

Tudo o que foi falado nos tópicos anteriores se relaciona com o ambiente de trabalho, mas é claro que questões mais práticas como bons salários e benefícios que se destacam da concorrência são extremamente importantes. 

Esteja sempre de olho nos seus concorrentes para se manter atualizado sobre a média salarial atual e sobre os benefícios que estão sendo garantidos. 

Inclusive, é comum que funcionários tenham interesse em empresas com salários menores, mas que ofereçam benefícios completos - como ótimos planos de saúde, parcerias com iniciativas de saúde mental, vale-alimentação ou refeição generosos, etc. 

Num momento pós-pandemia, em que boa parte da população está com a saúde mental fragilizada, pode ser importante oferecer benefícios relacionados a essa questão. 

Crie planos de carreira 

Todo trabalhador que se dedica na empresa quer ser reconhecido e ter chances de crescimento. Por isso a ausência de planos de carreira também é uma das principais causas de pedidos demissionais. 

É o que pensam 63% dos jovens em cargos corporativos, segundo a pesquisa Decoding the digital challenge. Além disso, de acordo com essa mesma pesquisa, 40% jovens da indústria digital estão procurando por outros empregos e 73% pretende fazer isso daqui a 2 ou 3 anos.

Resumindo: as empresas onde eles já trabalham atualmente já possuem a vantagem, afinal faz muito mais sentido continuar lutando para conquistar uma posição melhor do que começar do zero em outro lugar. Mas é importante não esperar para começar a agir! 

Faça as perguntas certas na entrevista de desligamento

O movimento chamado Great Resignation, conhecido por uma onda de demissões voluntárias nunca antes vista, é outro motivo pelo qual o cenário atual encontra-se bastante instável. 

Depois de finalizado o pedido mais crítico da pandemia, muitos funcionários resolveram mudar de vida e dizer adeus aos seus empregos atuais. Mesmo com uma taxa de desemprego acima dos 11%, só em fevereiro 560.272 pessoas pediram demissão. 

Diante disso, uma das principais ações que qualquer empresa pode fazer para melhorar a retenção de talentos é instituir uma cultura de feedbacks. Entender quais os motivos individuais para os pedidos de demissão na sua empresa ajuda a reforçar os motivos que fazem os funcionários ficarem. 

O home office, por exemplo, é uma das principais exigências atuais. Segundo uma pesquisa realizada pela Microsoft, quase 60% dos trabalhadores brasileiros gostaria de continuar em home office ou manter uma rotina híbrida após os 2 anos de isolamento social

E uma das maneiras de recolher esses feedbacks é fazer perguntas mais específicas na entrevista de desligamento. 

Veja algumas delas:

  • Você pode falar um pouco sobre a sua mentalidade em relação ao trabalho hoje? Quais suas expectativas e exigências?
  • Com quem você se sente conectado no trabalho?
  • O que nós podemos fazer para diminuir o que te impede de continuar aqui?
  • O que mais tem te chamado a atenção em oportunidades de outras empresas?
  • Em quais assuntos você tem mais interesse em se especializar?

Questione a empresa que você trabalha

Uma boa estratégia de retenção de talentos é aquela que começa pela autocrítica: onde a empresa pode melhorar? 

Em algumas, o investimento é feito só no nível inicial e logo depois o funcionário fica estagnado. Em outras, o salário não é atualizado de maneira significativa conforme ele vai subindo de cargo. 

Para identificar os principais pontos, vale a pena criar métricas que mostram onde estão as falhas. 

Pergunte para a sua equipe e para os funcionários:

Qualidade do trabalho

  • O salário pago está condizente com o que o funcionário precisa para viver de maneira digna?
  • Quantos possuem plano de saúde e outros benefícios?
  • Entre todos os funcionários, qual a porcentagem dos que ganham um salário mínimo? 
  • Será que é possível investir em benefícios opcionais conforme a pessoa for subindo de cargo?

Crescimento profissional 

  • Qual é a proporção entre salários e quantidade de pessoas na empresa? 
  • É possível verticalizar mais a trajetória dos funcionários para que mais pessoas tenham oportunidades reais de crescimento?
  • Quantos saíram da empresa antes de completar um ano no emprego? E quantos saíram antes de completar dois anos? 

Diversidade e inclusão 

  • Como as pessoas em cargos de liderança definem a si próprias quanto ao gênero, raça, sexualidade e presença ou ausência de deficiências?
  • Considerando esses diferentes marcadores sociais, qual é a taxa de crescimento profissional em cada subgrupo? 

Depois de realizar essa pesquisa interna é possível identificar os melhores caminhos para retenção de talentos.

A partir daí, vale a pena entrar numa negociação com os tomadores de decisão para avaliar que mudanças podem ser feitas e em quanto tempo. É importante que seja criado um cronograma para que tudo isso aconteça na prática e não fique só no discurso.

A oferta de bons benefícios como estratégia

Existem diversas maneiras de implementar uma boa estratégia de retenção de talentos, mas uma bastante significativa é investir em bons benefícios.

O salário pode ser bastante relevante para aceitar um emprego, mas conforme o tempo vai passando outras questões passam a ser mais importantes - especialmente as relacionadas à manutenção da saúde e do bem-estar

É claro que a cultura da empresa precisa promover boas experiências, mas é extremamente importante para o funcionário que ele se sinta apoiado fora do ambiente de trabalho também. E a melhor forma de fazer isso é garantindo uma boa qualidade de vida: um bom plano de saúde, convênios com academias e iniciativas de saúde mental, possibilidade de trabalhar em home office, além de muitas outras possibilidades.

Isso aumenta o engajamento dos funcionários, mas também faz com que eles pensem duas vezes antes de aceitar propostas de outras empresas. “Quem investe mais no meu bem-estar?” é uma frase que com certeza vai passar pela sua mente quando estiver considerando ir ou ficar.

Para entender mais sobre os tipos de benefícios e entender quais são mais vantajosos para os funcionários, acesse o e-book Como escolher os melhores benefícios para a sua empresa.

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