Apesar de já existirem há muito tempo, as dinâmicas de grupo se estruturaram a partir de 1935 e são consideradas hoje uma ferramenta fundamental em processos seletivos ou como técnica de desenvolvimento de equipes. Dentre elas, podemos destacar a dinâmica do espelho.
Essas dinâmicas têm como objetivo conhecer mais a fundo o perfil dos participantes, sejam eles candidatos a uma vaga de emprego ou os próprios funcionários da organização. São uma maneira leve e descontraída de integrar pessoas e mostrar suas competências.
A dinâmica do espelho é uma dessas maneiras de se atingir um objetivo final sem que os participantes criem uma expectativa e possam assim, se soltar durante o processo.
Quer conhecer a dinâmica do espelho? Aprenda como ela funciona, como ela pode impactar na empresa e aplique na sua equipe!
Neste conteúdo você verá:
- O que é a dinâmica do espelho?
- Como aplicar a dinâmica do espelho?
- Os impactos esperados da dinâmica do espelho
- Mais 5 formas de incentivar o autoconhecimento nos colaboradores
O que é a dinâmica do espelho?
É uma dinâmica que tem como objetivo principal o desenvolvimento pessoal e da equipe.
Com os participantes reunidos em um ambiente, um de cada vez deve olhar para dentro de uma caixa e encontrar a foto de um colega de trabalho considerado muito importante para o grupo. Após abrir a caixa e ver quem é essa pessoa, o participante deve falar um pouco sobre as características dela, sem citar quem é.
No entanto, ao invés da foto do colega, ele vai encontrar um espelho dentro dessa caixa. Assim, ele deverá descrever a si mesmo, sem que os demais participantes saibam de quem ele está falando.
Qual a sua importância?
Apesar de necessitar de poucos recursos, afinal, todo o equipamento necessário é uma caixa e um espelho, essa dinâmica pode trazer diversos pontos de reflexão.
Afinal, muitas pessoas não conseguem falar de si, principalmente a respeito do seu lado bom, suas qualidades, suas competências. Assim, o exercício pode trazer para o colaborador essa percepção, ao tentar elencar o que ele considera bom na sua personalidade.
O foco é que a pessoa possa perceber o próprio comportamento e assim, caminhar em direção a evolução como pessoa.
Para que serve a dinâmica do espelho?
O que será divulgado aos participantes é que o objetivo da dinâmica é conhecer um pouco mais sobre aquele colega. No entanto, no fundo, ela servirá para que cada um se conheça e reflita profundamente a respeito do que disse sobre si mesmo.
Além do autoconhecimento, exercícios como esse podem trazer um pouco de movimento para encontros de trabalho. Afinal, integrar e aproximar pessoas sempre resulta em benefícios para a empresa e para os colaboradores.
No entanto, ao provocar essa reflexão de ter que falar sobre si, a dinâmica torna o momento em uma oportunidade única para que as pessoas conheçam a si e aos colegas, ampliando sua visão.
Como funciona?
Cada participante vai olhar o retrato de um colega dentro da caixa com a menção do gestor de que aquela é uma pessoa muito importante para a equipe. No entanto, a pessoa verá o próprio rosto e, nessa hora, já começa a dinâmica ao observar a reação do participante.
Quem está organizando deve reforçar o segredo da brincadeira e pedir para que o colaborador fale daquela pessoa sem dizer quem é. Ele deve mencionar qualidades, competências, o que gosta naquela pessoa e demais características positivas. Até pode-se mencionar defeitos, mas é importante que a pessoa foque no que tem de bom.
Logo depois, o restante do grupo tenta descobrir de quem ele está falando, mas o resultado não é divulgado até que todos participem.
No fim, faz-se uma reflexão sobre o objetivo da dinâmica que é valorizar cada um e ressaltar suas qualidades. Os participantes podem dizer como se sentiram ao se verem na caixa e terem que falar sobre si na frente dos colegas.
Pode-se também ampliar a discussão com perguntas sobre expectativas e desejos dos participantes sobre sua vida e sua carreira.
Como aplicar a dinâmica do espelho?
Em princípio, a dinâmica do espelho pode ser aplicada por qualquer gestor dentro da empresa e só necessita, como mencionamos, de um espelho e uma caixa que pode ser de sapato, papelão ou qualquer outro recipiente fechado. Existe a possibilidade de ter uma caixa para cada participante, mas não é necessário.
O ideal é não ter menos do que 5 nem mais de 20 pessoas participando, tanto para não ser rápida demais quanto para não tornar a experiência cansativa. Todos devem ter a chance de jogar.
Lembre-se também de verificar se alguém já participou antes desse tipo de dinâmica e, se a resposta for positiva, esse não deve fazer parte ou deve se comprometer a não contar como a brincadeira funciona. Afinal, o elemento surpresa do espelho é fundamental para o funcionamento do exercício. Na verdade, se ele quiser participar sem dar pistas de que conhece, também pode ser uma experiência interessante.
Por conta disso, não cite também o nome da dinâmica. Explique somente que será uma caixa onde tem a foto de um colega de trabalho.
A primeira etapa da dinâmica é providenciar um ambiente confortável, com cadeiras posicionadas em círculo e uma dentro da roda. Garanta também que não haverá interrupções de outras pessoas.
Quem está no centro será orientado a abrir a caixa, olhar a foto do colega no seu interior e falar algumas características dessa pessoa com a intenção de que os demais participantes descubram quem é.
Nessa hora o colaborador pode ter dificuldade de falar de si, sendo assim, o gestor deve ajudar, estimulando perguntas sobre habilidades e competências, por exemplo.
No fim, é feita uma reflexão sobre como cada um se sentiu ao ver o espelho dentro da caixa e como foi a experiência de falar sobre si mesmo.
Os impactos esperados da dinâmica do espelho
O autoconhecimento é uma das estratégias fundamentais para quem quer alcançar o sucesso profissional e pessoal e essa dinâmica tem como objetivo impactar diretamente nesse ponto. Entender sobre o próprio comportamento, saber reagir às situações e críticas são apenas algumas das características de pessoas que conseguem ir além.
Afinal, é necessário saber sobre si mesmo para poder mudar aquilo que nos atrasa, bem como minimizar as influências externas e, assim, transformar a nossa própria realidade. E isso também vale para o crescimento da empresa, já que, quanto mais pessoas que têm a capacidade de entender os próprios processos, maiores as chances do trabalho fluir.
Outro impacto que é esperado com a dinâmica do espelho é também a percepção da importância de cada um dentro da equipe.
Inclusive, pode-se no final, perguntar afinal quem é o membro mais importante do grupo. Ou a resposta será todos, afinal todos têm a mesma importância, ou será nenhum, afinal, ninguém é mais importante que o outro. Todos são diferentes nas suas especificidades e necessitam de respeito e acolhimento.
Além disso, todos precisam ter seu trabalho reconhecido dentro da empresa, assim como suas qualidades como indivíduo, independente do cargo que ocupam.
Aliás, o impacto pode ser ainda maior quando no grupo da dinâmica estão pessoas que não se conhecem bem ou não trabalham no mesmo setor. Como, durante o jogo, a posição dentro da empresa não faz diferença, pode ser uma boa forma de fazê-los entender a importância pessoal que mencionamos.
Mais 5 formas de incentivar o autoconhecimento nos colaboradores
Além da dinâmica do espelho, existem outras maneiras de incentivar o autoconhecimento nos seus colaboradores. Confira:
1. Diálogo
A comunicação é peça chave em qualquer empresa e ela está diretamente ligada ao autoconhecimento.
Por conta disso, deve-se constantemente incentivar o diálogo respeitoso entre os colegas, além de deixar sempre aberta a porta para que eles possam dialogar com os seus líderes.
2. Dinâmicas que estimulem a saúde mental
Nós já falamos aqui na Pipo sobre algumas dinâmicas de saúde mental no trabalho. Além da dinâmica do espelho, podemos citar mais duas:
- Âncora de sentimentos: são mensagens que os colaboradores deixam para lerem em momento de crises, fazendo com que eles se sintam mais estáveis e confiantes;
- Dinâmica dos balões: ideal para trabalhar medos, inseguranças e desejos, essa dinâmica serve para falar sobre sentimentos.
3. Feedback e Feedforward
Todo gestor deve ter como rotina oferecer essas duas ferramentas para apontar comportamentos que podem ser melhorados e outros, aperfeiçoados.
O feedback, é o mais conhecido e trata de dar um retorno ao colaborador sobre algo que ele fez, que pode ser tanto um elogio quanto uma crítica para que ele melhore. Já o feedforward é uma análise comportamental que aponta quais as habilidades que a pessoa precisa desenvolver.
4. Motivação
É papel dos líderes manter a equipe sempre motivada, por mais que a motivação seja algo intrínseco, ou seja, é construída internamente.
O gestor deve sempre ser visto como alguém que inspira e não apenas aquele que cobra resultados.
5. Treinamentos
Uma boa maneira de estimular todas as formas de incentivo que citamos é através de treinamentos. A empresa pode investir em coaching ou mesmo nos próprios líderes internos para aplicá-los.
Assim, é possível melhorar a gestão das equipes, trazer mais atividades voltadas ao autoconhecimento, saúde mental no trabalho, entre outras formas de fazer a empresa crescer como um todo.
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