Você sabia que os custos com saúde representam o maior investimento feito pelos empregadores, ficando atrás apenas da folha de pagamentos?
Os reajustes anuais estão entre os motivos para esse aumento, no entanto, há uma série de fatores que também influenciam esta subida.
Por isso, é preciso entender porque os custos com saúde seguem subindo, apesar de seus esforços para conter essa alta. Esse entendimento pode, inclusive, te ajudar a lidar melhor com os investimentos em saúde. Siga em frente e boa leitura!
- Por que os custos com saúde no Brasil têm aumentado
- Planos de saúde são o segundo maior custo das empresas
- Uso indiscriminado do plano é um dos fatores que afeta o custo
Por que os custos com saúde no Brasil têm aumentado
Assim como acontece com planos individuais, planos de saúde empresariais também sofrem reajustes, que tem por objetivo garantir a sustentabilidade das operadoras.
Esse reajuste é um acordo estabelecido diretamente entre a operadora e a empresa contratante. O valor sofre alterações tendo como base a utilização dos serviços pelos funcionários e por seus dependentes.
Sendo assim, quanto mais os trabalhadores utilizam o benefício, mais o preço sobe. É o que chamamos de sinistralidade dos planos de saúde.
Além disso, a variação do custo médico-hospitalar (VCMH), também conhecida como inflação médica, é a medida usada pelas operadoras de planos e seguros de saúde para aplicar o reajuste anual nos contratos com as empresas.
Projeções divulgadas em janeiro de 2020 estimavam que a alta do custo médico-hospitalar para o ano seria de 15%. A informação é da global Aon e, segundo a diretora da consultoria no Brasil, o deslocamento inflação médica por aqui é "o maior entre as grandes economias" do mundo.
Uma das justificativas apresentadas pelas operadoras é o envelhecimento da população, situação que demanda maior investimento em tecnologias e a realização de um número maior de procedimentos.
Sob a ótica empresarial, é importante pensar que o envelhecimento não está associado somente à velhice. Isso porque, vale lembrar, o valor do plano de saúde também sofre reajuste por mudança de faixa etária e isso independe se falamos de um jovem adulto ou de uma pessoa idosa.
O reajuste dos planos coletivos
Anualmente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulga um teto para o reajuste dos planos individuais, um cálculo que, desde 2019, se baseia no IPCA ― Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
Acontece que, independentemente desse cálculo levar a um reajuste considerado justo, não existe definição de teto de correção do valor cobrado pelo plano de saúde empresarial. Assim, como dito anteriormente, essa definição depende de um acordo entre sua empresa e a operadora do serviço.
Dessa forma, além de buscar formas de negociar, é interessante que a empresa tenha uma boa gestão dos planos para entender como, de fato, pode impedir o aumento desenfreado de seus custos com saúde.
Planos de saúde são o segundo maior custo das empresas
Ainda no início do post, apontamos que os custos com saúde empresarial são o segundo mais caro para as empresas. A informação é da consultoria Mercer Marsh Benefícios que aponta que esse investimento tende a subir ano a ano.
Com base no levantamento feita pela Mercer Marsh, em um cenário geral, essa mudança de valores representou um aumento acumulado de 149% entre 2012 e 2018.
Não foi sem motivo que, em 2010, o então CEO da Starbucks, Howard Schultz já dizia: "Nós gastamos mais com saúde do que café!". De fato, o investimento em matéria-prima pode custar menos do que a contratação de planos de saúde coletivos.
Diante desse cenário, quem cuida da gestão de saúde da empresa está sempre em busca de formas de reduzir seus custos com saúde. Na visão de alguns, a solução passa por mudar de operadora de plano ou de aumentar a coparticipação.
Essas, porém, tendem a ser soluções paliativas e a melhor forma de reduzir o peso que o plano de saúde empresarial tem nas contas da empresa é melhorar a gestão. A seguir, você vai entender melhor o porquê.
Uso indiscriminado do plano é um dos fatores que afeta o custo
Dizer que repassar parte dos custos aos funcionários é uma solução paliativa não elimina de vez essa possibilidade.
Negociar mudanças no pacote de serviços ou no alcance do plano de saúde empresarial é também uma alternativa, assim como a criação de consultórios internos para atendimentos preventivos. Esse segundo ponto vai de encontro à tentativa de reduzir a necessidade de uso do plano.
Isso porque, segundo a diretora nacional da Aon, o uso excessivo dos recursos está por trás da contínua elevação dos custos com saúde. O Brasil é campeão mundial na realização de ressonâncias magnéticas, por exemplo.
Marcos Novaes, economista-chefe da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), aponta que "por ano, são feitas aqui 130 para cada mil beneficiários. Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), são 52 para cada mil".
Além disso, os levantamentos indicam que são feitas mais consultas, exames, procedimentos, terapias e até internações do que realmente necessário. Em meio aos serviços usados, há uma parcela que poderia ser evitada, reduzindo custos por consequência.
Em relação a distribuição dos custos em saúde, as internações hospitalares lideram a composição dos custos com assistência à saúde, sendo geralmente responsáveis por 50 a 60% do sinistro. A outra metade da conta é dividida entre:
Exames subsidiários (15-20%): como exames de laboratório, exames de imagem ― ultrassom, tomografia, ressonância magnética, entre outros;
- Consultas ambulatoriais (8-10%);
- Pronto-socorro (8-10%): visitas à emergência podem desencadear exames e procedimentos que podem ser agrupados na mesma conta;
- Terapias (2-5%);
- Outros (2-5%): procedimentos e pequenas cirurgias ambulatoriais.
É claro que essa é a média do mercado e os dados podem variar no recorte de cada empresa, considerando o perfil populacional dos funcionários e seus dependentes.
Em todo caso, evitar o excesso de procedimentos poderia contribuir para reajustes menos significativos por parte das operadoras. Algo que impactaria menos o custo da saúde para as empresas.
Sem dúvida, as altas taxas de sinistralidade somadas a uma inflação médica que têm tornado os custos com saúde insustentáveis em várias empresas.
Por isso, além de pensar em prevenção e em um ambiente seguro que preserve a saúde física e mental dos trabalhadores, convém melhorar a gestão dos planos. Isso permite que sua empresa contrate melhor e negocie melhor seus custos com saúde.
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