Entenda os motivos por trás do alto reajuste do plano de saúde empresarial

Por

PIpo Saúde

Por

Manoela Mitchell

Publicado em

9/12/24

O cenário é familiar para muitos gestores: chega o momento da renovação do contrato do plano de saúde empresarial e, junto com ele, um altíssimo valor de reajuste. E, geralmente, esse valor não é esperado.

Hoje vamos compartilhar informações para você entender o que pode estar por trás dos números que você recebeu no novo reajuste do plano de saúde e como evitar essas surpresas desagradáveis.

Para começar, é bom ficar sabendo que, por via de regra, esse reajuste só pode ocorrer ao completar 12 meses de uso – o chamado reajuste no aniversário do contrato – e, embora seja previsto contratualmente, os valores frequentemente surpreendem negativamente as empresas.

Mas por que isso acontece? A resposta envolve uma combinação de vários fatores. 

Na contratação inicial, as operadoras estabelecem valores considerando critérios como faixa etária dos beneficiários, região, abrangência do plano e tipo de acomodação. 

Já no momento do reajuste, o cálculo considera principalmente a utilização do plano e as alterações nos critérios estabelecidos inicialmente, além de fatores externos que afetam todo o mercado de saúde suplementar.

O mais preocupante é que muitas empresas só descobrem a real dimensão do reajuste quando recebem a carta da operadora. 

No entanto, com o conhecimento adequado e uma gestão proativa, é possível antecipar e até mesmo influenciar positivamente esses números.

Neste artigo, vamos desvendar os principais motivos por trás do alto reajuste dos planos de saúde empresarial e, mais importante, mostrar como sua empresa pode se preparar adequadamente para eles. 

Hora de aprender desde os fundamentos básicos do cálculo do reajuste até estratégias práticas para otimizar a gestão do seu plano de saúde.

#01 O reajuste do plano de saúde não deveria ser uma surpresa

Antes de avançarmos, é preciso tirar o elefante da sala: receber um reajuste alto do plano de saúde não deveria ser uma surpresa para o seu time. Afinal, a sua corretora de saúde deveria te dar visibilidade ao longo de todo ano e propor ações para controlar e gerir a utilização do plano pela sua população.

Por isso é importante entender as responsabilidades e interesses da corretora e os principais motivos que podem levar a um alto reajuste no plano de saúde.

O papel da corretora quanto ao reajuste do plano de saúde

O time de pessoas trabalha com um orçamento pré-definido e receber um reajuste do plano de saúde fora do planejado pode significar mudanças que impactam diretamente o orçamento da sua empresa e, consequentemente, a capacidade da empresa de investir em projetos e pessoas. 

A sua corretora deveria ter um acompanhamento mensal da evolução da sinistralidade e trazer planos de ações e estratégias para controlar os gastos e entender quais alavancas comerciais são possíveis dentro da realidade da sua empresa.

Se você não teve visibilidade durante o ano e recebeu uma carta de reajuste alta, é hora de repensar a sua parceria. 

Atenção ao conflito de interesses no reajuste do plano de saúde

A sua corretora recebe uma porcentagem do valor pago à operadora, então em caso de reajuste do plano de saúde, a sua remuneração também aumenta. Por isso é importante ficar de olho nesse possível conflito de interesses. 

Por mais que a sua empresa tenha o desejo de renovar o contrato com a operadora de saúde atual, em caso de reajuste alto é sempre importante pedir à corretora para cotar outros players de mercado, dessa forma você e o seu time tem a segurança de que o custo com o plano de saúde está justo. 

#02 O que faz o reajuste do plano de saúde ser tão alto?

O reajuste do plano é um reflexo da saúde da população, alinhado à utilização do benefício. Existem uma série de fatores que podem explicar altos reajustes, os principais são:

1 - Casos críticos

Seja por uma doença crônica, como a diabetes, hipertensão ou o tratamento de um câncer, por exemplo, ou por um acidente de trânsito ou um parto neonatal que necessita de UTI, casos críticos necessitam de cuidados especializados e, consequentemente, mais caros. 

No entanto, é importante diferenciar casos críticos previsíveis e casos críticos não previsíveis e entender como eles impactam no reajuste. 

Casos não previsíveis são aqueles que podem acontecer a qualquer momento, como por exemplo uma gestação de risco ou uma fratura que necessita de cirurgia. 

Esses casos apesar de representarem uma boa porcentagem da sinistralidade, são considerados pontuais e não deveriam ter grande impacto no reajuste uma vez que não devem se repetir nos próximos anos. 

Já o tratamento de uma doença descoberta após a assinatura do contrato, como um câncer, por exemplo, é considerado previsível. A operadora de saúde consegue estimar o gasto a longo prazo daquela pessoa colaboradora, por isso, é esperado que seja levado em consideração no reajuste do plano de saúde.

2 - Prêmio baixo para as características da população

É possível que a operadora de saúde reajuste o seu plano se a mensalidade estiver abaixo do ideal para as características da sua população. Essa mudança pode acontecer em dois cenários:

→ Evolução e mudança da população: por exemplo, se grande parte das pessoas colaboradoras da sua empresa fizeram aniversário e mudaram de faixa etária dentro do plano de saúde, é esperado que a precificação também aumente. O mesmo também pode acontecer se mais pessoas forem contratadas em cidades e estados onde o custo de saúde é mais caro. 

→ Erro na etapa de cotação ou contratação do plano: se alguma informação importante passou despercebida na etapa de cotação, seja pela operadora de saúde ou pela sua empresa, é esperado que o reajuste reflita isso.

Alguns exemplos são:

  • A não sinalização de casos crônicos cuja descoberta aconteceu antes da contratação do contrato;
  • Quando grande parte da sua população tem histórico de risco para alguma doença e isso não foi informado à operadora de saúde na sua precificação.

É importante que a sua corretora de saúde trabalhe de forma proativa para dar visibilidade e preparar a sua empresa para ambos os cenários. 

3 - Má utilização do benefício

O uso consciente é uma das máximas do plano de saúde, afinal, a sua sinistralidade está ligada diretamente à taxa de uso do benefício. 

O pronto-socorro é um dos serviços mais caros quando falamos de atendimento no plano de saúde por ser um atendimento de urgência e emergência. No entanto, ele também é a primeira opção de muitas pessoas colaboradoras quando sentem que algo está errado. 

Idas desnecessárias ao pronto-socorro, consultas eletivas com diferentes especialidades até encontrar a correta, realização de diversos exames que, no fim, não ajudam no diagnóstico…

Todos esses exemplos são algumas das ações que têm um impacto grande na sinistralidade e que podem ser evitadas com o uso consciente. 

Por isso, educar as pessoas colaboradoras quanto ao uso correto é muito importante para a redução do reajuste no plano de saúde. E vale ressaltar que essa tarefa não é só sua: é também da sua corretora de saúde. Garanta que ela esteja planejando ações de educação e de saúde preventiva.

4 - Eventos externos

A inflação médica (VCMH) é um custo certo no reajuste de todo plano de saúde empresarial. E existem fatores externos que podem afetar esse índice, como mudanças na regulação ou pandemias e epidemias, por exemplo. 

Vamos pegar como exemplo a pandemia da Covid-19: em 2020, os atendimentos eletivos foram drasticamente reduzidos devido às restrições para conter os avanços da doença. Sendo assim, em 2020, pela primeira vez na história, o VCMH ficou negativo, em 1,9%. 

Nos anos seguintes, com a liberação das restrições e o represamento do cuidado de saúde, o uso do plano de saúde disparou e, consequentemente, a inflação médica aumentou, batendo recorde em 2021. 

Outro fator que também pode impactar nesse índice é a atualização do ROL de procedimentos, exames, consultas, medicamentos e outros serviços que as operadoras são obrigadas a oferecer. Essa atualização acontece a cada 2 anos e é de responsabilidade da ANS, Agência Nacional de Saúde Suplementar. 

Isso faz com que os usuários tenham acesso a novos tratamentos, que por vezes são mais caros que os existentes até então, elevando a inflação do setor. 

#03 O uso baixo do plano de saúde é um bom sinal, visando a diminuição do reajuste?

O reajuste do plano é influenciado pela sinistralidade e esse índice é diretamente proporcional à taxa de utilização do benefício pelas pessoas colaboradoras. Então quanto menos as pessoas o utilizarem, melhor, correto?

Na verdade, não. 

Se pararmos para pensar simplesmente no reajuste, essa suposição faria sentido, mas a oferta de um plano de saúde vai além. Se poucas pessoas utilizarem o benefício, a oferta deste benefício faz sentido? 

A chave aqui não é utilizar menos o benefício, mas utilizar de maneira consciente. Afinal, se a sua sinistralidade estiver em 20% ou 70% no aniversário do contrato, portanto que ela esteja abaixo do break-even, o reajuste será o mesmo. Então, por que não utilizar o potencial máximo do plano? 

É importante ficar de olho em taxas de utilização do plano de saúde muito baixas. 

Geralmente elas significam que o benefício não está adequado para a população e isso pode acontecer por uma série de fatores, seja pela falta de cobertura, uma rede credenciada que não as atende ou falta de visibilidade sobre coparticipação, por exemplo.

Conclusão

No artigo de hoje, trouxemos os principais motivos que levam a um alto reajuste no plano de saúde empresarial. É fundamental ter noção de todos os pontos que foram abordados para evitar surpresas desagradáveis e reduzir despesas que contribuem para o alto valor do reajuste anual. 

Se sua empresa vem sofrendo com os altos reajustes no plano de saúde, é importante que você busque um apoio especializado para a gestão de plano de saúde da sua empresa. 

E para isso, você pode contar com a expertise da Pipo. Podemos te ajudar a cuidar da saúde dos seus colaboradores e a controlar os custos, com reajustes 21% menores que o mercado.

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