Você já parou para pensar no quanto os colaboradores valorizam os benefícios corporativos?
Mais do que uma estratégia para atrair novos talentos, um bom pacote de benefícios pode ser o diferencial que mantém os seus colaboradores felizes e trabalhando na sua empresa por muitos anos.
Além disso, as empresas estão cada vez mais percebendo que oferecer um pacote completo de benefícios também é uma forma de manter um ambiente de trabalho saudável com uma equipe motivada.
Com a pandemia, essa percepção se intensificou: 71% das empresas brasileiras adaptaram seus pacotes de benefícios, incluindo novas prioridades como saúde mental e auxílio home-office.
A realidade é que os profissionais, hoje, buscam mais que remuneração competitiva. Eles valorizam empresas que demonstram preocupação genuína com seu bem-estar e desenvolvimento, desde assistência médica até programas de educação continuada.
Neste artigo vamos explorar tudo que você ainda não sabe sobre benefício corporativo.
Você vai entender quais são os benefícios favoritos entre os profissionais, como eles impactam a atração e retenção de talentos e ainda as oportunidades e desafios em incluir os benefícios corporativos no modelo de trabalho home-office.
#01 O impacto do benefício corporativo na atração e retenção de talentos
Um pacote de benefício corporativo pode aumentar consideravelmente a atratividade de uma vaga. Quando eles são criativos, o impacto pode ser ainda maior, afinal, destaca a sua empresa das demais.
Mas por que as empresas têm investido tanto nisso, a ponto de inventarem novos benefícios poucos vistos no mercado? Vale mesmo a pena?
Uma pesquisa de 2019 da ManpowerGroup relatou que 54% das organizações, em todo o mundo, enfrentam uma escassez de talentos.
Sim, existe uma massa de pessoas desempregadas. Porém, em paralelo a isso, as organizações estão em contínua disputa pelos profissionais mais experientes e qualificados. Se elas tivessem que cobrir o salário proposto por cada especialista, a situação talvez sairia do controle.
Daí entra um dos pontos mais importantes dos benefícios corporativos.
Quanto à retenção de talentos, naturalmente, se o profissional se sente valorizado no ambiente em que atua, ele tem mais tendência a permanecer. É o que a Crawly, empresa de tecnologia e análise de dados, tem visto acontecer.
Inspirados no modelo islandês do short week, os empresários mineiros decidiram reduzir os dias de trabalho dos funcionários para 4 dias — sem reduzir o salário deles. Por causa disso, eles notaram mais condições de reter talentos e de competir com outras startups.
Afinal, por que bater na tecla de “talentos”? Sabemos que todo colaborador tem importância vital para uma empresa, certo?
Quando uma empresa aumenta o seu número de talentos, a produtividade total da força de trabalho aumenta quase que exponencialmente. Daí a importância dessa pauta de R&S em buscar profissionais considerados “fora da curva”.
À parte disso, o benefício corporativo ajuda de várias outras formas, como:
- Aumentar a lealdade do funcionário para com a empresa;
- Contribuir para o desenvolvimento pessoal do trabalhador;
- Aumentar a produtividade e diminuir o custo unitário do trabalho;
- Demonstrar os propósitos da companhia para com os colaboradores.
Basicamente, os benefícios auxiliam os colaboradores em três grandes áreas da vida:
- No cargo: como gratificações, seguro de vida, entre outros.
- Fora da função do cargo: refeitório corporativo e sala de descompressão, por exemplo.
- Fora da empresa, na sociedade, descontos em clubes, direito a reembolsos, entre outros.
Mas, além de existir essa variedade de recompensas, elas podem ser também de diferentes tipos: as obrigatórias, as opcionais ou, ainda, as flexíveis.
#02 Benefício corporativo: obrigatórios, opcionais e flexíveis
Existem três categorias principais de benefício corporativo: obrigatório, opcional e flexível. Cada um deles desempenha um papel importante na composição da remuneração total do colaborador.
Benefício corporativo obrigatório é aquele que a legislação impõe. No Brasil, exemplos incluem o vale-transporte, férias remuneradas e FGTS. Eles garantem direitos básicos aos trabalhadores e ajudam a criar um ambiente de trabalho mais justo.
Por outro lado, o benefício corporativo opcional vai além do que é exigido por lei. Alguns exemplos são: assistência médica, planos odontológicos ou seguro de vida. Muitas empresas oferecem esses adicionais para se destacar no mercado de trabalho e atrair talentos.
Os benefícios opcionais se tornam uma forma de demonstrar o cuidado da empresa com o bem-estar e a qualidade de vida dos colaboradores, impactando positivamente na sua satisfação e produtividade.
Uma pesquisa da ManpowerGroup destaca a escassez de talentos como um desafio para 54% das organizações em todo o mundo. Diante disso, os benefícios opcionais podem ser um fator decisivo na escolha de um profissional por uma empresa, especialmente quando se consideram benefícios de alto valor, como o plano de saúde, que motivariam 61% dos colaboradores a mudar de emprego.
Já os benefícios flexíveis permitem que o colaborador escolha entre diversas opções conforme suas necessidades pessoais. Dessa forma, profissionais de mesmo cargo podem ter vantagens distintas, que melhor se aplicam às suas respectivas realidades.
Um exemplo bem corriqueiro de benefício flexível é quando o colaborador opta pelo vale-alimentação em vez do vale-refeição.
Os benefícios, assim personalizados, podem solucionar os casos em que o profissional não vê utilidade para determinada regalia, no contexto em que se encontra. Então ele pode negociar — registrando em contrato — e obter aquela que é a mais interessante para o seu ponto de vista.
Dessa forma, é possível ajudar os trabalhadores a traçarem a sua própria carreira na empresa, com um melhor aproveitamento das oportunidades, além de respeitar as diferentes fases da sua vida.
Ao oferecer vantagens alinhadas às expectativas do seu público interno, as organizações conseguem captar e manter seus colaboradores motivados e produtivos.
Implementar sistemas que permitam aos trabalhadores escolher ou personalizar parte desses privilégios tem mostrado resultados expressivos na redução do turnover — aspecto vital no atual contexto econômico onde substituir mão-de-obra qualificada exige investimentos tanto em tempo quanto recursos financeiros.
Entender essas diferenças é importante para gestores que desejam implementar estratégias eficazes de retenção e satisfação dentro das equipes. A personalização dos pacotes de benefícios se torna um diferencial competitivo no cenário atual.
#03 Os benefícios mais desejados pelos colaboradores
Ao analisar várias pesquisas que tratam dos benefícios que os trabalhadores mais procuram, temos como os mais comuns:
- Plano de saúde ou seguro;
- Bolsas de estudo;
- Horário flexível;
- Reembolso creche;
- Plano odontológico.
É importante se atentar que o contexto dá ainda mais significado para esses benefícios mais cobiçados. De acordo com a Associação Brasileira de Recursos Humanos de São Paulo (ABRH-SP), as prioridades dos colaboradores mudaram com a Covid-19.
Vale-alimentação e plano de saúde, por exemplo, sempre foram valorizados, mas os benefícios de saúde mental e ajuda de custo com despesas do home-office ganharam destaque.
A propósito, o cenário da satisfação dos colaboradores com os benefícios pode variar também entre os setores das organizações.
Os pacotes oferecidos pelos bancos, seguradoras e indústrias químicas costumam apresentar um bom índice.
Diferente das empresas do ramo de consultoria, agronegócio e comércio, nas quais a satisfação com os benefícios é menor.
#04 Home-office: benefício corporativo no modelo remoto de trabalho
O modelo home-office trouxe uma nova perspectiva sobre o ambiente de trabalho. Essa alternativa proporciona flexibilidade ao colaborador e diversos benefícios diretos para as empresas.
O distanciamento social que veio junto com a Covid-19 levou muitos empregadores a adotarem o modelo remoto de trabalho.
Segundo dados de uma pesquisa da Willis Towers Watson, que incluiu 196 empresas localizadas no Brasil, em 2020, 71% aderiram a esse modelo.
As outras organizações, 29%, que não optaram completamente pelo home-office, utilizaram como alternativa à redução da semana de trabalho, a alternância de equipes no escritório e outras medidas.
Um outro ponto interessante da pesquisa é que mais de 60% dos entrevistados alteraram ou disseram planejar modificações no programa de benefícios da empresa. Entre essas alterações, os gestores relataram que pretendem:
- Melhorar os serviços de saúde mental e de gerenciamento do estresse (58%).
- Comunicar melhor os colaboradores sobre os programas de benefícios que mais podem ajudá-los neste momento (54%).
- Garantir a continuidade dos benefícios oferecidos (39%).
Detalhe, se a empresa já trabalha com benefícios flexíveis, essa adaptação pode se dar de uma forma muito mais fácil. Os profissionais passam a ter uma facilidade maior para escolher as recompensas mais vantajosas para eles.
Logo, o processo funciona como uma via de mão dupla, já que as modificações do programa também partem dos próprios colaboradores, não apenas dos gestores.
Conclusão
Os benefícios corporativos evoluíram muito nos últimos anos e hoje em dia é uma ferramenta estratégica de suma importância para as organizações.
Como vimos ao longo deste artigo, 61% dos profissionais consideram mudar de empresa por um plano de saúde, o que demonstra o poder que o benefício corporativo têm na atração e retenção de talentos.
A pandemia acelerou mudanças importantes neste cenário, com 71% das empresas brasileiras adotando o trabalho remoto e repensando seus pacotes de benefícios.
Esta transformação trouxe novas prioridades, como saúde mental e auxílio home-office, que se tornaram tão importantes quanto os benefícios tradicionais.
O sucesso de casos como a Crawly, que implementou a semana de quatro dias, e a Otis, com seu programa de educação continuada, comprova que benefícios bem planejados podem gerar resultados expressivos tanto para colaboradores quanto para empresas.
A chave está em encontrar o equilíbrio entre benefícios obrigatórios, opcionais e flexíveis, sempre considerando as necessidades específicas de cada equipe.
À medida que o mercado de trabalho continua evoluindo, as empresas que souberem adaptar seus pacotes de benefícios às novas realidades e expectativas dos profissionais terão vantagem competitiva na disputa por talentos.
Afinal, mais do que simplesmente oferecer vantagens, trata-se de criar um ambiente onde os colaboradores se sintam verdadeiramente valorizados e motivados a construir uma carreira de longo prazo.
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